14 de julho de 2025

África

Ruanda e Burkina Faso proíbem importação de roupas de segunda mão da Europa

Desde 2016, Ruanda já aplicava tarifas elevadas sobre essas importações

• 14/07/2025
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Foto: Reprodução/ Paul Kagame / Facebook | Ibrahim Traoré/X

Com o objetivo de fortalecer a indústria têxtil local e reduzir a dependência de produtos descartados, Ruanda e Burkina Faso anunciaram a proibição da importação de roupas e calçados usados da Europa.

Historicamente, diversos países africanos receberam grandes volumes de vestuário usado sob o pretexto de ajuda humanitária. Além de criar um grande lixo têxtil nos aterros, esse comércio acabou prejudicando mercados locais, afetando produtores e marcas regionais que não conseguiam competir com os preços baixos e a oferta excessiva das roupas de segunda mão.

Foto: Freepik

Desde 2016, Ruanda já aplicava tarifas elevadas sobre essas importações. Na época, o país foi alvo de pressão por parte dos Estados Unidos, que ameaçaram suspender benefícios comerciais previstos pela AGOA, um acordo voltado ao crescimento econômico no continente africano. Ainda assim, Ruanda manteve sua política e agora confirma a proibição total.

Burkina Faso seguiu a mesma linha, adotando medidas que estimulam o uso de vestimentas tradicionais, como o “Faso Dan Fani”, tecido local com forte valor simbólico. Em pronunciamentos recentes, representantes do governo destacaram a importância de priorizar a produção nacional e incentivar o consumo interno.

Especialistas afirmam que a medida também pode ter impactos positivos no meio ambiente, já que parte das roupas importadas acaba descartada em aterros ou nos oceanos. A expectativa é de que outros países da África Ocidental considerem políticas similares nos próximos anos.

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