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Nigéria enfrenta novo sequestro em massa: 50 estudantes fogem, mais 250 continuam em cativeiro
Ataque ao St. Mary’s Catholic School, no estado de Niger, expõe nova escalada de violência armada contra instituições de ensino e reacende debate sobre segurança infantil no país
Um dos maiores sequestros escolares registrados nos últimos anos na Nigéria voltou a colocar o país sob alerta. Na madrugada de sexta-feira, homens armados invadiram o St. Mary’s Catholic School, na comunidade de Papiri, no estado de Niger, e levaram mais de 300 estudantes e professores.
Entre sábado e domingo, cerca de 50 alunos conseguiram escapar, segundo informações confirmadas pela Christian Association of Nigeria (CAN) e pela Reuters. Apesar da fuga, mais de 250 estudantes e pelo menos 12 professores permanecem em cativeiro, sem que o grupo responsável pelo ataque tenha sido oficialmente identificado.
O ataque ocorreu durante a madrugada, quando os criminosos chegaram à escola e forçaram a saída dos alunos para uma área de mata. A fuga dos 50 estudantes aconteceu de forma individual, enquanto tentavam se distanciar do grupo em momentos de dispersão. Ainda não há confirmação de operação de resgate organizada no momento da fuga.
Autoridades locais afirmam que a escola não contava com proteção armada suficiente para impedir o ataque, um fator que já havia sido apontado por moradores da região como ponto de vulnerabilidade.
Este não é um caso isolado. Há mais de uma década, partes do norte e centro-norte da Nigéria enfrentam ondas de sequestros em massa, motivados por pedidos de resgate, disputas territoriais e atuação de grupos armados que se movimentam por áreas florestais de difícil acesso.
O governo do presidente Bola Tinubu afirmou que não descansará até que todas as vítimas sejam resgatadas, prometendo mobilizar forças de segurança e vigilantes comunitários para localizar o grupo armado.
Na comunidade internacional, o caso ganhou visibilidade após o Papa Leão XIV pedir publicamente a libertação dos estudantes e professores. Líderes cristãos da Nigéria também pressionam por respostas rápidas e reforço da proteção escolar.
Entre as famílias, reina um misto de alívio e desespero: alívio pelos filhos que voltaram para casa e desespero por aqueles que ainda estão desaparecidos. Relatos enviados à imprensa local descrevem pais aguardando na beira de estradas e postos de segurança, buscando qualquer atualização.
Uma das mães, em entrevista à imprensa nigeriana, disse:
“Meu filho está vivo, mas meus vizinhos ainda não sabem onde estão os deles. Ninguém está inteiro enquanto todas as crianças não voltarem.”
As forças de segurança continuam mobilizadas, mas a operação se mantém sob sigilo. Há expectativa de que escolas da região possam suspender atividades nos próximos dias. Organizações civis pressionam por medidas mais robustas, como vigilância comunitária estruturada e reforço federal permanente.
Enquanto isso, o país segue acompanhando, com apreensão e esperança, as buscas por mais de 250 jovens que ainda não retornaram para casa.




