África
Protestos tomam as ruas de Camarões após Paul Biya, de 92 anos, declarar vitória em eleição contestada
No poder há mais de quatro décadas, reeleição de Paul gerou onda de protestos contra repressão e fraudes eleitorais.
 
 A tensão política em Camarões se intensificou após o anúncio da vitória de Paul Biya, de 92 anos, nas eleições presidenciais. No poder desde 1982, o presidente se autodeclarou vencedor com 53,66% dos votos, garantindo o que seria seu oitavo mandato consecutivo.
A oposição, liderada por Issa Tchiroma Bakary, rejeitou o resultado e denunciou fraudes generalizadas no processo eleitoral. Desde então, grandes protestos se espalharam por cidades como Douala e Garoua, com manifestantes bloqueando vias e enfrentando forças de segurança. Relatórios locais indicam ao menos quatro mortes durante os confrontos.
Organizações da sociedade civil afirmam que há indícios de manipulação dos resultados e denunciam o uso das forças armadas para reprimir manifestações. A União Europeia e o governo francês expressaram preocupação com o aumento da violência e com o enfraquecimento das instituições democráticas do país.
Camarões: o exército tenta romper as barricadas erguidas por manifestantes que desafiam o regime ditatorial de Paul Biya, no poder há 43 anos. O ditador afirma ter vencido as últimas eleições, consideradas uma farsa pela oposição. pic.twitter.com/BCKaYJEaan
— Fernanda Salles (@reportersalles) October 28, 2025
Paul Biya governa Camarões há mais de 42 anos, sendo um dos líderes mais longevos do mundo em exercício. Seu governo é frequentemente acusado de restringir a liberdade de imprensa, perseguir opositores e manter o controle sobre as instituições eleitorais e judiciais.
Com os protestos se espalhando e a repressão aumentando, analistas internacionais alertam para o risco de uma nova onda de instabilidade política na região. Organismos internacionais seguem acompanhando a situação e pressionam por transparência eleitoral e respeito aos direitos humanos no país africano.


 
  
 

