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Protestos contra o custo de vida em Angola revelam crise de segurança pública
Aumentos no combustível, fome, desemprego e repressão violenta do Estado tomaram as ruas de Luanda, Huambo e Benguela.

Os protestos eclodiram devido à decisão do governo, no início deste mês, de aumentar o preço do diesel em mais de 30%, o que resultou em grandes aumentos de preços dos táxis e micro-ônibus, que são os meios de transporte de muitos angolanos.
No sábado (26), houve uma manifestação liderada pelo Movimento Contra a Subida do Combustível. No sábado anterior(19), o Movimento de Estudantes Angolanos também saiu às ruas, ligando a luta contra o aumento dos combustíveis à outras demandas, como a liberdade aos presos dos últimos protestos e o aumento extremo do custo de vida.
As manifestações promovidas pelo Movimento contra a Subida do Preço dos Combustíveis teve o apoio de diversos setores da sociedade, incluindo taxistas, zungueiras, mulheres que dependem do comércio informal, e pessoas com deficiência, que sofrem com a falta de acessibilidade e agora com a subida do preço da gasolina e do táxi afetam-se ainda mais ainda.
As autoridades angolanas estabeleceram nesta quarta-feira (30) um novo balanço destes três últimos dias de tumultos registrados em Luanda no âmbito da greve. De acordo com o Ministério do Interior, registaram-se 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções na sequência de incidentes entre populares e forças policiais, atos de vandalismo e saques a estabelecimentos comerciais.
A repressão foi extrema e desproporcional, onde pessoas foram mortas, presas e feridas apenas por exigir melhores condições de vida em seu próprio país.