Representatividade
Pela primeira vez em 77 anos, o New York City Ballet tem uma solista negra: India Bradley
Bailarina de Detroit conquista um dos cargos mais cobiçados do balé mundial e inspira novas gerações com sua trajetória
A dança clássica ganhou um novo símbolo de representatividade. India Bradley, bailarina norte-americana de 25 anos, tornou-se a primeira mulher negra promovida ao posto de solista do New York City Ballet (NYCB), uma das companhias mais prestigiadas e influentes do planeta. A promoção, anunciada em outubro de 2025, marca um momento histórico na trajetória da artista e no próprio cenário do balé mundial.
Natural de Detroit (Michigan), India começou a dançar ainda criança e passou por formações de referência, como o programa da Dance Theatre of Harlem escola que há décadas forma bailarinos negros para o circuito internacional. Mais tarde, ingressou na School of American Ballet, academia oficial da NYCB, onde aprimorou a técnica que hoje a distingue entre as grandes intérpretes de sua geração. Em 2017, foi aceita como aprendiz na companhia; no ano seguinte, integrou o corpo de baile; e, agora, consagra-se como solista, após oito anos de trajetória dentro da instituição.
Bradley já havia feito história ao se tornar a primeira mulher negra a interpretar o papel de Dewdrop no clássico The Nutcracker, de George Balanchine um dos repertórios mais emblemáticos do balé norte-americano. Em entrevista, a bailarina refletiu sobre o impacto de sua conquista:
“Exposição importa muito. Se você nunca viu alguém que se parece com você nesses lugares, talvez nunca imagine que é possível estar lá.”
Ao alcançar um dos cargos mais cobiçados do New York City Ballet, ela reafirma a importância da diversidade racial e da visibilidade negra nas artes clássicas, inspirando meninas e meninos que sonham em ocupar os palcos do mundo com a mesma graça, técnica e coragem que a levaram até aqui.




