Política
Manifestações contra a PEC da Blindagem mobilizam milhares de pessoas em todo o Brasil
Atos também criticaram o PL da Anistia e reuniram artistas, movimentos sociais e brasileiros no exterior

No último domingo, 21 de setembro de 2025, milhares de pessoas ocuparam ruas de capitais e cidades brasileiras em protesto contra a chamada PEC da Blindagem. A proposta de emenda à Constituição, já aprovada em dois turnos na Câmara, exige aval do Congresso para abertura de processos criminais contra deputados e senadores e amplia o foro privilegiado para presidentes de partidos, o que, segundo críticos, abre caminho para maior impunidade parlamentar.
Os protestos também tiveram como alvo o PL da Anistia, que prevê perdão ou redução de penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Com palavras de ordem como “Sem Blindagem” e “Sem Anistia”, manifestantes defenderam a responsabilização de parlamentares e a preservação da democracia.
Em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Natal, Manaus, Belém e São Luís, os atos contaram com presença massiva da população. Em Salvador, artistas como Daniela Mercury e Wagner Moura se juntaram à manifestação.
No Rio de Janeiro, a manifestação na Praia de Copacabana ganhou força com apresentações culturais e a presença de ícones da música brasileira, entre eles Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Paulinho da Viola, que reforçaram a crítica às medidas no palco e em discursos emocionados.
Em São Paulo, a Avenida Paulista foi tomada por multidões e também pelo peso da cultura hip hop. O rapper Emicida participou do ato, subiu no carro de som principal e fez críticas à PEC, destacando que ela representa um caminho para a impunidade. Ao lado de outros artistas, como Rashid e Dexter, que ressaltou a necessidade de vigilância democrática e de luta contra retrocessos.
Além disso, protestos também ocorreram no exterior, em cidades como Lisboa, Londres, Paris e Berlim, reunindo brasileiros da diáspora.
A mobilização foi convocada por partidos de esquerda, sindicatos, coletivos culturais e movimentos populares como o MST e o MTST, reforçando a crítica às medidas que, segundo eles, ameaçam o equilíbrio democrático.