31 de outubro de 2025

Saúde

África do Sul é o primeiro país africano a registrar vacina de prevenção ao HIV

Com duas aplicações por ano, o novo imunizante marca um avanço histórico na luta contra o vírus e coloca o país na liderança da inovação em saúde global

• 30/10/2025
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Reprodução: AfricaNews.

A África do Sul acaba de fazer história. O país se tornou o primeiro do continente africano e o terceiro no mundo a aprovar uma vacina injetável de prevenção ao HIV, chamada Lenacapavir, desenvolvida pela Gilead Sciences. A autorização foi concedida pela South African Health Products Regulatory Authority (SAHPRA) e representa um marco na saúde pública global, especialmente em um país que ainda enfrenta uma das maiores taxas de infecção pelo vírus no planeta.

A nova injeção, aplicada apenas duas vezes por ano, atua como um inibidor de cápside, uma tecnologia que bloqueia a entrada e a replicação do vírus nas células, oferecendo uma alternativa eficaz às tradicionais pílulas diárias de profilaxia pré-exposição (PrEP). O medicamento é indicado para pessoas HIV-negativas com mais de 35 quilos e promete transformar o futuro da prevenção da doença.

Com cerca de 7,7 milhões de pessoas vivendo com HIV, a África do Sul carrega uma das maiores cargas da infecção no mundo. Por isso, o anúncio foi recebido com entusiasmo por profissionais de saúde, ativistas e organizações internacionais. O governo sul-africano já confirmou que o imunizante começará a ser distribuído na rede pública a partir de fevereiro de 2026, com meta de atender mais de 450 mil pessoas nos primeiros dois anos.

“Esse é um divisor de águas. A Lenacapavir representa uma nova geração de prevenção, mais prática, duradoura e inclusiva. O impacto será especialmente grande entre populações jovens e mulheres, que ainda enfrentam as maiores barreiras de acesso aos tratamentos”, destacou um porta-voz da SAHPRA em comunicado oficial.

Além dos Estados Unidos e da Europa, a África do Sul agora integra o pequeno grupo de países que aprovaram oficialmente o uso do medicamento. A expectativa é que, com apoio do Global Fund e de instituições de pesquisa locais, a produção e distribuição em larga escala sejam ampliadas nos próximos anos, garantindo acesso gratuito e equitativo à população.

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