Saúde
IA identifica quem pode se beneficiar de remédios contra o Alzheimer antes dos sintomas se agravarem
Ferramenta criada pela Universidade de Cambridge pode acelerar o acesso a tratamentos e tornar os testes clínicos mais eficazes

Uma descoberta recente da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, pode revolucionar o combate ao Alzheimer: pesquisadores desenvolveram um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de prever com alta precisão quais pacientes com comprometimento cognitivo leve têm mais risco de desenvolver a doença.
A pesquisa, publicada nesta quarta-feira (17) na revista Nature, indica que a IA pode ajudar a identificar, com antecedência, quais pacientes vão evoluir mais rapidamente para o Alzheimer – e quais podem se beneficiar de medicamentos ainda nas fases iniciais.
A ferramenta foi testada a partir de dados de um ensaio clínico já encerrado. Na análise original, o medicamento testado parecia ineficaz. Mas, com a IA, os cientistas conseguiram dividir os pacientes entre os que evoluíam lentamente e os que tinham progressão rápida da doença. O resultado? No grupo com progressão lenta, o fármaco retardou o declínio cognitivo em 46%.

Esse efeito só ficou visível porque a IA permite uma classificação mais precisa do quadro clínico de cada pessoa. A tecnologia se mostrou três vezes mais eficaz do que os métodos tradicionais – como testes de memória, ressonâncias e exames de sangue – para prever a evolução da demência.
O modelo fornece uma pontuação individual que estima a velocidade de progressão da doença. Com isso, ensaios clínicos podem ser mais bem direcionados, reduzindo custos, tempo e ampliando as chances de sucesso nos testes de novos medicamentos.