Afri News
Weslley Dantas denuncia racismo no surfe e agradece apoio de L7NNON para seguir competindo
Mesmo com títulos nacionais e internacionais, atleta de Ubatuba segue ignorado por grandes marcas do setor
Campeão brasileiro em 2023, bicampeão da Taça Brasil em 2024 e vencedor do ISA World Surfing Games Júnior em 2016, Weslley Dantas acumula conquistas que fariam qualquer surfista brilhar no mercado. Mas, mesmo com esse currículo, o atleta de Ubatuba (SP) segue sem apoio das grandes marcas de surfe. E o motivo, segundo ele, é claro: o racismo.
“Nenhuma marca de surf nunca me deu apoio por causa da minha cor”, afirmou em entrevista ao Portal Terra. A denúncia escancara uma ferida antiga no esporte: o racismo estrutural que ainda impera no surfe profissional, onde o apoio financeiro e a visibilidade continuam sendo privilégio de poucos, quase sempre brancos.
Na última quinta-feira (10), Weslley venceu mais uma bateria no Layback Pro Prainha 2025, torneio disputado na Zona Oeste do Rio. E só conseguiu estar na competição graças ao apoio de um aliado de longa data: o rapper e ator L7NNON, que o patrocina via gravadora Hip Hop Hare. “Hoje ele me dá a oportunidade de competir que nenhuma marca de surf me deu. Por isso, eu tenho gratidão”, declarou Weslley, ressaltando que o vínculo entre os dois nasceu muito antes da fama do músico.
A relação de apoio entre Weslley e L7NNON também reflete uma inversão simbólica: a música, historicamente marginalizada, hoje sustenta um atleta deixado de lado por um esporte que se vende como democrático, mas falha em reconhecer o talento preto. O caso evidencia um padrão maior: a seletividade racial dos patrocínios, presente também em outras modalidades esportivas.
