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Umbandistas são impedidos de realizar rituais em templo católico no RS e denunciam intolerância religiosa
Episódio expõe as barreiras que religiões de matriz africana ainda enfrentam no Brasil e reacende o debate sobre liberdade de culto
Um grupo de umbandistas foi impedido de realizar seus rituais dentro de um templo católico em Santa Cruz do Sul (RS), em um episódio que gerou indignação nas redes sociais e acendeu novamente o alerta para casos de intolerância religiosa no país.
O grupo, liderado pela ialorixá Jhenifer D’Yemanjá, participava do tradicional passeio do Batuque, prática cultural reconhecida como patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul, quando foi interrompido por uma funcionária da igreja. Segundo relatos, ela afirmou que o espaço não poderia ser usado para rituais de Umbanda e chegou a fotografar os integrantes durante o culto.
“Foi um episódio lamentável de desrespeito. Estávamos ali em celebração, não em confronto. A fé é algo que deve unir, não afastar”, escreveu Jhenifer em suas redes sociais, recebendo apoio de diversos movimentos de combate à intolerância.
O caso rapidamente ganhou repercussão e passou a ser acompanhado por entidades de defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa. Até o momento, a instituição católica envolvida não se pronunciou oficialmente.
A situação evidencia um problema que, embora histórico, continua atual: o preconceito e o silenciamento enfrentados por religiões de matriz africana no Brasil. Mesmo protegidas pela Constituição, expressões como a Umbanda e o Candomblé seguem sendo alvo de hostilidade e exclusão em espaços públicos e religiosos.
