Cultura
Pegge apresenta “Amor Supremo”, nova exposição solo na Galeria MITS
Mostra entrelaça pintura, som e referências do jazz para refletir sobre ancestralidade e liberdade criativa.

Desde 4 de setembro, a Galeria MITS abriu as portas para “Amor Supremo”, segunda exposição individual do artista visual e músico Pegge, que transforma cor e som em linguagem espiritual.
Com curadoria de Nathalia Grilo, a mostra mergulha em uma travessia que une pintura, música e vivência periférica um exercício de liberdade criativa que reafirma a arte como campo de cura, fé e resistência.
Desdobramento de Jazzmatazz – todos meus manos ouvem jazz (2024), “Amor Supremo” amplia a pesquisa de Pegge sobre o diálogo entre ritmo, gesto e cor, explorando novas formas de traduzir a musicalidade da experiência preta em imagens.Inspirado por nomes como John Coltrane e Moacir Santos, o artista cria paisagens cromáticas e sonoras que evocam o spiritual jazz como oração e o nu soul como respiração, filtrados pela vivência de quem cresceu em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo.
“Eu opero como uma espécie de médium, um tradutor ativo de frequências. Converto vibrações em paisagens cromáticas onde o som já não é representado, mas encarnado”, explica Pegge.

Em Amor Supremo, a pintura já não imita a música, ela se torna som. Entre pincéis, cabos e pedais, o ateliê de Pegge funciona como altar e laboratório, um lugar onde o improviso é rito e cada cor vibra como uma nota. A exposição é composta por obras inéditas e uma instalação sonora, construída a partir de trechos de um EP em desenvolvimento, que transforma a escuta em corpo e o olhar em vibração.
Dividida como uma ópera em três atos, a mostra propõe uma jornada das composições terrenas às paisagens metafísicas. Nela, Pegge dissolve as fronteiras entre pintura e música entre Coltrane e a periferia paulistana criando um território onde o som se pinta e a cor se ouve. As telas funcionam como registros de performances íntimas: cada pincelada é um staccato, cada mancha de cor, um glissando congelado no tempo.
Reconhecida por revelar novas vozes da arte contemporânea, a Galeria MITS reafirma com essa exposição seu compromisso em fortalecer artistas que ressignificam o presente. A galeria acompanha Pegge desde o início da carreira e celebra agora sua consolidação como uma das vozes mais singulares da arte brasileira aos 27 anos, ele já integra o acervo do MASP, um marco raro para um artista de sua geração.
A exposição “Amor Supremo”, ficará em cartaz na MITS Galeria entre os meses de setembro e novembro de 2025. A mostra poderá ser visitada de segunda a sábado, das 10h às 20h, na Rua Padre João Manuel, 740, em São Paulo. A entrada é gratuita, convidando o público a vivenciar uma experiência que une arte, som e espiritualidade.