11 de novembro de 2025

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O protagonismo africano volta a brilhar nas indicações ao Grammy 2026

Categoria Best African Music Performance reafirma o papel do continente como força criativa global

Cibele Almeida | 11/11/2025
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Reprodução: @majamoan | @nikkivantoorn | @burnaboygram | @davido | @tyla | @edwiggery

As indicações ao Grammy Awards 2025 confirmaram o que já vinha sendo anunciado há alguns anos: o futuro da música global tem sotaque africano. Pela segunda vez consecutiva, a categoria Best African Music Performance consolidou o espaço da produção musical do continente dentro da maior premiação da indústria fonográfica, coroando uma geração que transformou identidade em linguagem universal.

Entre os nomes de destaque, Ayra Starr com Wizkid, Burna Boy, Davido, Eddy Kenzo, Mehran Matin, e Tyla simbolizam diferentes vertentes da nova cena africana, do Afrobeats ao Amapiano, do pop ao R&B, mas todos compartilham o mesmo protagonismo: o de traduzir a África contemporânea em som.

A sul-africana Tyla, que em 2024 fez história ao vencer o primeiro Grammy da categoria com o hit Water, voltou às indicações em 2025/2026 com a faixa Push 2 Start. A artista de 23 anos segue como um dos maiores fenômenos da nova geração, misturando amapiano, pop e estética global em uma narrativa que celebra suas origens em Joanesburgo.

Trailer oficial de PUSH 2 START:

Já o nigeriano Davido, um dos pilares do Afrobeats moderno, foi novamente indicado ao Grammy 2026 na categoria Best African Music Performance, desta vez com With You, colaboração com Omah Lay. Com uma trajetória consolidada e mais de uma década de relevância internacional, Davido segue abrindo caminhos para artistas africanos no mainstream, ao mesmo tempo em que mantém o compromisso de valorizar a sonoridade e a cultura de Lagos, berço do Afrobeats.

Esses nomes se somam a figuras como Tems e Burna Boy, que colecionam indicações e vitórias e ajudaram a pavimentar o reconhecimento da música africana no cenário global. A cantora nigeriana Tems conquistou seu segundo Grammy em 2025 com Love Me JeJe, e foi indicada em outras duas categorias, enquanto Burna Boy ultrapassou a marca de 13 indicações, tornando-se um dos artistas africanos mais nomeados da história da premiação.

O reconhecimento é recente, mas o protagonismo africano no Grammy tem raízes antigas. Desde que Miriam Makeba venceu em 1966 e Angélique Kidjo se tornou uma das artistas mais premiadas do continente, a presença africana vem crescendo e ganhando novas formas. A diferença agora é a representatividade: as sonoridades africanas deixaram de ser tratadas como “exóticas” ou “globais” para serem reconhecidas como eixo central da música contemporânea.

A criação da categoria Best African Music Performance, em 2023, simbolizou uma mudança de paradigma. O Grammy passou a reconhecer oficialmente o impacto cultural e comercial da música africana, impulsionada por gêneros como Afrobeats, Amapiano e Alté, que hoje dominam playlists, festivais e colaborações internacionais.

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Cibele Almeida