Beleza
Mulheres e negros ganham espaço em campanhas, mas estereótipos ainda resistem
Estudo aponta avanços na representatividade, mas reforça limites nas narrativas de gênero e raça

A presença de mulheres e pessoas negras nas campanhas digitais brasileiras está em expansão, mas o caminho para uma representação plena e diversa ainda encontra barreiras.
De acordo com levantamento recente, as mulheres aparecem em 59,7% das campanhas digitais com pessoas, número acima dos 48,9% registrados em 2023. Em 68% dessas peças, elas surgem sozinhas, sem a presença masculina, sinalizando maior visibilidade no protagonismo de anúncios.
No entanto, esse crescimento não significa quebra total de estereótipos. Pesquisas indicam que mulheres negras, por exemplo, seguem sendo representadas em papéis restritos, quase sempre ligados à estética, beleza ou cuidado doméstico. Mulheres negras maduras permanecem praticamente invisíveis nas campanhas.

Em relação à participação de pessoas negras no geral, embora haja avanços, ainda predomina a reprodução de papéis estereotipados. Muitas marcas priorizam narrativas que mantêm corpos negros em lugares pré-determinados, sem explorar a pluralidade de experiências e identidades que existem.
Além disso, segmentos inteiros do mercado digital ainda resistem a ampliar a diversidade, mantendo o predomínio de modelos brancos como padrão. Essa distância entre discurso e prática reforça a necessidade de que as marcas não apenas incluam mulheres e negros em suas campanhas, mas também desconstruam estereótipos e criem narrativas que expressem a realidade do país.