2 de setembro de 2025

Afri News

Justiça decreta prisão de policial penal que atirou em entregador do iFood no Rio

Caso expõe violência contra trabalhadores de aplicativos e gera mobilização por justiça e segurança na profissão

• 02/09/2025
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Reprodução: Redes Sociais

A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão temporária do policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, acusado de atirar no pé do entregador Valério de Souza Júnior durante uma entrega em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. O episódio, registrado em vídeo pelo próprio entregador, aconteceu na última sexta-feira (29) e ganhou grande repercussão nas redes sociais.

O crime ocorreu após Valério se recusar a subir até o apartamento do agressor, procedimento que contraria as diretrizes do iFood, que orienta que entregas sejam feitas em portarias ou locais de acesso público. Nas imagens, Ferrarini aparece alterado e dispara contra o entregador, que foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. O projétil continua alojado em seu pé, e novas avaliações médicas devem definir a necessidade de cirurgia.

@p0ohps A Justiça do Rio decretou a prisão temporária de 30 dias do policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, acusado de atirar no pé do entregador do Ifood, Valério Souza Junior, na sexta-feira (29). Ele foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e afastado do cargo por 90 dias, além de responder a processo administrativo. A decisão aponta que o disparo ocorreu por motivo fútil, desmentindo a versão do policial de ter agido em legítima defesa. O caso segue sob investigação na 32ª DP. #riodejaneiro #justiça #policiapenal #ifood #fyp ♬ som original – Julya

Diante da gravidade do caso, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) afastou Ferrarini de suas funções por 90 dias e instaurou processo administrativo disciplinar. A pasta classificou a conduta como “abominável” e reforçou que não representa os servidores da categoria.

Em nota, o iFood repudiou a violência e destacou que prestará assistência jurídica e psicológica ao entregador, em parceria com a organização Black Sisters in Law. A plataforma também reiterou que entregadores não têm obrigação de subir a apartamentos ou residências privadas.

A repercussão do caso provocou protestos de outros entregadores, que pedem mais segurança e respeito às condições de trabalho. Nas redes sociais, Valério agradeceu o apoio recebido e afirmou que a prisão do agressor traz um sentimento de alívio: “Agora me sinto mais tranquilo para buscar justiça”.

O caso segue em investigação pela Polícia Civil, que já recolheu a arma usada no crime para perícia.

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