Cultura
Centro Cultural iBT celebra o Mês da Consciência Negra com programação especial
Instituto Brasileiro de Teatro completa três meses de funcionamento com agenda que celebra memória, arte e resistência afro-brasileira
Três meses após abrir as portas, o Instituto Brasileiro de Teatro (iBT) já começa a desenhar sua identidade no cenário cultural paulistano, um espaço que pensa, cria e se move a partir das experiências e dos corpos negros. E neste mês de novembro, o centro cultural mergulha no Mês da Consciência Negra com uma programação especial que celebra a arte como forma de resistência, escuta e reinvenção coletiva.
A proposta do iBT não é apenas ocupar um calendário, mas propor um tempo próprio: o tempo da cultura preta. Um tempo que pulsa entre gerações, mistura linguagens e cria pontes entre a ancestralidade e o agora. “Nossa programação é um corpo em movimento, onde ecoam vozes do pensamento negro em suas múltiplas gerações e territórios… Somos memória e invenção”, resume Aline Mohamad, diretora de curadoria do instituto.
Entre os destaques da agenda está o Palco Palavra, encontro das artistas Elizandra Souza e Luz Ribeiro, que transformam poesia falada em performance e território. A apresentação propõe um olhar poético sobre as ruas e sobre quem as habita, traduzindo vivências periféricas em palavras que dançam entre som, corpo e cidade.
Outro momento de destaque é o Encruzas, projeto que reúne artistas em duplas improváveis para explorar o risco e a beleza do improviso. Em novembro, o palco recebe encontros entre Lenna Bahule e Quixote, Iara Rennó e Melvin Santhana, além de Nina Oliveira e Sérgio Pererê, nomes que sintetizam a mistura de ritmos e afetos que formam a música afro-brasileira contemporânea.
A programação também marca o encerramento das temporadas dos espetáculos “Do Outro Lado do Rio” e “Valência = 2 homens e 1 cooler”, ambos selecionados pelo edital de ocupação do iBT. As obras reafirmam o propósito do espaço: apoiar criações autorais e coletivas que ampliem as narrativas negras no teatro brasileiro.
Em pouco tempo, o iBT tem se tornado um ponto de convergência entre artistas, pesquisadores e públicos interessados em uma arte que parte da experiência negra para pensar o comum. Um centro cultural, que funciona como um território simbólico, onde se produz arte, mas também memória, reencontros e continuidade.




