Afri News
Caso Kathlen Romeu: Justiça Militar absolve PMs acusados de alterar cena do crime
Os três policiais ainda irão a júri popular pela morte da modelo grávida de 4 meses em 2021. A família cobra justiça há 4 anos.

A Auditoria da Justiça Militar absolveu nesta terça-feira (5), por 4 votos a 1, o sargento Rafael Chaves Oliveira e os cabos Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, acusados de fraudarem o local do assassinato de Kathlen Romeu, de 24 anos, no Complexo do Lins, na zona norte, em junho de 2021. A jovem modelo estava grávida de 4 meses quando foi atingida por um tiro de fuzil no tórax e morreu. Ela tinha acabado de deixar a casa da avó, a quem tinha ido visitar
A auditoria foi formada por um juiz, Leonardo Picanço, quatro militares superiores da Polícia Militar, e durou pouco mais de quatro horas. O único voto para a condenação dos três agentes foi de Leonardo Picanço. “Houve inovação artificiosa no local do crime como comprovado nos autos. A prova técnica mostra que não houve confronto”, afirmou o juiz. Os outros quatros oficiais PMs votaram pela absolvição por falta suficiente de provas.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MP/RJ), os policiais teriam alterado a cena do crime, inserindo cartuchos deflagrados e um carregador de fuzil para simular um suposto confronto entre criminosos. Na época, a PM afastou 12 policiais envolvidos na morte de Kathlen e afirmou que os disparos foram feitos durante um confronto com traficantes.
Antes da auditoria, a própria promotoria já tinha pedido a absolvição por falta de provas do capitão Jeanderson Corrêa Sodré e do cabo Cláudio da Silva Scanfela. Quatro policiais foram absolvidos pelo crime de falso testemunho e todos foram inocentados da acusação de terem arrecadado cápsulas de fuzis do local. As defesas alegaram que as argumentações do Ministério Público foram genéricas e sustentadas em suposições.
Em março deste ano, a Justiça do Rio havia decidido que os PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, acusados de fazer disparos na ação que matou a jovem, sejam levados a júri popular. A data, no entanto, ainda não foi definida. Na decisão, a juíza Elizabeth Machado Louro afirmou que se baseou no laudo da reprodução simulada para indicar a autoria dos dois agentes.