Política
Câmara estuda estampar mulheres negras em notas e moedas brasileiras
Proposta apresentada por Benedita da Silva avança na Câmara e prevê que figuras femininas e negras passem a estampar moedas e notas do país
Tramita na Câmara dos Deputados um texto substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 5434/16, que propõe a inclusão de personalidades femininas e negras nas novas emissões de cédulas e moedas do Banco Central. A proposta tem como objetivo destacar o papel dessas mulheres na luta contra o racismo e pela emancipação social no Brasil.
O novo texto foi apresentado pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e já recebeu aprovação da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Ele prevê que a escolha das homenageadas seja feita por meio de escuta das comissões permanentes de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, além da própria Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Essa nova proposta substitui a versão original do projeto, de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que sugeria a realização de uma consulta pública nacional promovida pelo Banco Central.
Para Benedita, a alteração no texto busca simplificar o processo de seleção. “A formulação original exigia algo parecido com um plebiscito nacional, com mais de 500 mil urnas eletrônicas. O novo modelo permite mais agilidade e ainda mantém a participação social por meio das comissões da Casa”, explicou.
Ela também destacou a ausência de representações reais de mulheres nas notas em circulação. “Em mais de 30 anos de circulação do real, a única imagem de mulher nas cédulas é a simbólica figura da República. Está mais do que na hora de homenagearmos mulheres reais, que fizeram e fazem história”, afirmou.
O projeto seguirá agora para análise nas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição, Justiça e Cidadania. Caso seja aprovado em todas as etapas, ainda passará pelo Senado antes de ser sancionado.
Se aprovado, o projeto abrirá espaço para que nomes como Tereza de Benguela, Antonieta de Barros, Dandara dos Palmares e outras lideranças negras e femininas ganhem o merecido destaque no principal símbolo da economia brasileira: o dinheiro.
