Cultura
Atriz baiana defende entrada de Edson Gomes na Academia Brasileira de Letras
Goka Maciel destaca relevância do reggaeiro como voz literária da cultura popular brasileira
A atriz e influenciadora baiana Goka Maciel movimentou as redes sociais ao defender que o cantor e compositor Edson Gomes seja reconhecido como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em um vídeo que viralizou recentemente, Goka ressaltou o valor literário e social presente nas canções do artista, ícone do reggae nacional.
Para a atriz, letras como “Etiópia”, “Camelô”, “Criminalidade” e “Acorde, Levante e Lute” são verdadeiras obras de resistência, que misturam crítica social, reflexão histórica e valorização da identidade negra. Ela destacou, por exemplo, que em “Etiópia” Gomes vai além do ensino escolar tradicional, ainda marcado por uma visão eurocêntrica, e oferece ao público uma perspectiva mais ampla sobre a África e a ancestralidade.
Outro ponto levantado por Goka é a forma como o cantor coloca luz sobre personagens invisibilizados do cotidiano, como o trabalhador informal. Em “Camelô”, Edson Gomes transforma o vendedor ambulante em herói, reconhecendo sua importância na luta pela sobrevivência.
A fala da atriz recebeu apoio de nomes como a jornalista Rita Batista, o cantor Mano Walter e o sanfoneiro Mestrinho, além de milhares de internautas que ecoaram a proposta. A discussão reacende um debate importante: o espaço de artistas negros e populares em instituições como a ABL, historicamente marcadas pela presença de nomes ligados a uma visão elitizada da literatura.
Com mais de quatro décadas de carreira, Edson Gomes consolidou-se como referência do reggae brasileiro, construindo uma obra que ultrapassa fronteiras musicais e se afirma como expressão cultural e política.




