6 de dezembro de 2025

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Salvador pode ganhar estátua em homenagem a Jimmy Cliff, figura essencial na história musical da Bahia

Proposta busca eternizar a relação profunda entre o artista jamaicano e a capital baiana

Redação Africanize | 28/11/2025
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- Crédito: @jimmycliff | @erikkabik

A despedida de Jimmy Cliff reacendeu uma memória que a Bahia nunca apagou. Agora, essa história pode ganhar forma permanente: Salvador avalia instalar uma estátua do artista em um ponto turístico da cidade, reconhecendo sua contribuição para a cultura afro-baiana e para o diálogo histórico entre Jamaica e Bahia.

A relação entre Jimmy Cliff e Salvador não foi episódica. Desde o fim dos anos 1970, o artista encontrou na capital baiana um território de pertencimento. Construiu família, sendo pai da cantora e atriz Nabiyah Be, colaborou com músicos locais e se envolveu diretamente em momentos fundamentais da cena cultural da cidade. Suas participações em eventos como o Femadum e apresentações emblemáticas na antiga Fonte Nova marcaram a memória coletiva de uma geração.

Mais do que um ícone global do reggae, Jimmy Cliff desempenhou um papel decisivo na expansão e valorização do samba-reggae. Sua presença e suas trocas com artistas baianos ajudaram a ampliar as conexões entre as estéticas afro-diaspóricas, empurrando a musicalidade da Bahia para novos horizontes. É impossível falar sobre a trajetória internacional do samba-reggae sem mencionar seu impacto.

A homenagem discutida pela cidade carrega esse sentido simbólico. Uma estátua não celebra apenas o músico, mas a ponte cultural que ele consolidou, os laços afetivos que criou e a forma como ajudou a posicionar Salvador no mapa global da diáspora negra. O monumento também reforça a importância de preservar legados negros em espaços públicos, garantindo que histórias estruturalmente relevantes não sejam apagadas.

Para muitas pessoas que viveram essa conexão, ver Jimmy Cliff representado nas ruas da cidade seria um acerto histórico. Uma maneira de reconhecer sua contribuição, celebrar sua passagem por Salvador e reafirmar o papel da Bahia como território de encontro, criação e herança. A proposta segue em avaliação e depende de análise técnica da Fundação Gregório de Matos.

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Redação Africanize