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Rayane Carla Rodrigues, é libertada após prisão injusta no Rio: “Usaram uma foto da internet para me reconhecer”
Depois de 11 dias encarcerada, a Justiça do Rio admitiu o erro e determinou a libertação da jovem de 22 anos
 
 A história de Rayane Carla Rodrigues de Oliveira, de 22 anos, expõe mais uma vez as falhas e desigualdades do sistema de justiça brasileiro. A jovem, que trabalhava com carteira assinada e não tinha antecedentes criminais, foi presa por engano após ser reconhecida, por testemunhas, em uma foto retirada de suas redes sociais.
Rayane foi detida no dia 16 de outubro, enquanto jantava com o namorado em um restaurante na Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo a investigação inicial, ela teria participado de um roubo a uma farmácia no Méier, Zona Norte da cidade, de onde teriam sido levados cerca de R$ 100 mil. O reconhecimento, no entanto, foi feito sem qualquer perícia técnica, um procedimento já restrito por lei no estado desde 2023, após uma série de prisões injustas de pessoas negras.
A defesa e familiares reuniram imagens das câmeras de segurança da farmácia e provaram que Rayane não era uma das três mulheres envolvidas no crime. Diante das novas provas, a Polícia Civil admitiu o erro, e a Justiça revogou a prisão após 11 dias de encarceramento.
Em entrevista à imprensa, Rayane desabafou:
“Usaram uma foto da internet para me reconhecer. Eu nunca estive naquele lugar. Foram dias de desespero, medo e humilhação.”
O caso gerou comoção e reacendeu o debate sobre o reconhecimento fotográfico como ferramenta de investigação prática que tem resultado em inúmeros erros, especialmente envolvendo pessoas negras e periféricas. De acordo com levantamento da Defensoria Pública do Rio, mais de 80% dos casos de prisão injusta por reconhecimento incorreto atingem pessoas negras.


 
  
 

