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Morte de Maria Luemba mobiliza protestos e denúncias de racismo e impunidade em Portugal
Jovem angolana de 17 anos foi encontrada morta em Aveiro; família e comunidade denunciam violência, ameaças prévias e omissão das autoridades

“Maria podia ser a nossa filha, irmã, amiga.” Com essa frase, milhares de pessoas se unem para exigir justiça pela morte de Maria Luemba, jovem angolana de 17 anos encontrada sem vida no dia 12 de junho, em casa, na cidade de Aveiro, Portugal.
A tragédia ganhou repercussão após uma entrevista da mãe de Maria ao programa Dois às 10, da TVI, onde, entre lágrimas, ela descartou completamente a hipótese de suicídio, sugerida pela polícia como causa provável. “A minha filha não faria isso”, disse, emocionada.
Segundo a família, o corpo de Maria foi encontrado pelo irmão de seis anos, que correu desesperado em busca de ajuda. Uma mulher que teria acompanhado o menino até o local pode ser uma testemunha chave, mas segue desaparecida. A Polícia Judiciária alegou não estar investigando o caso por “falta de indícios de homicídio”, o que gerou indignação.
Em resposta, foi lançada uma petição pública que já reúne mais de 5.600 assinaturas. O documento afirma que Maria foi brutalmente violentada e assassinada, denunciando ameaças anteriores, omissão institucional e um possível encobrimento motivado por pressões externas.

No centro das acusações está um vizinho da família, apontado por perseguir e ameaçar a mãe da vítima. No dia seguinte à morte de Maria, ele chegou a divulgar um vídeo com discurso de ódio, afirmando que iria “acabar com os negros, um por um”.
A revolta tomou as redes sociais e motivou uma manifestação marcada para o dia 29 de junho, às 15h30, em Lisboa, com concentração no Rossio e caminhada até a Praça do Comércio. O ato pede por investigação rigorosa, proteção à família e responsabilização dos envolvidos.
Enquanto isso, o Consulado de Angola no Porto afirma estar acompanhando o caso, mas ainda não se pronunciou oficialmente com detalhes sobre as medidas adotadas.