Cinema e TV
Longa “Histórias de Roteiristas Negros” celebra autores que transformam o audiovisual brasileiro
Dirigido por Marcelo Lima e Taís Amordivino, o documentário percorre o país exaltando autores negros

Pela primeira vez, o Brasil verá nas telas um registro dedicado a quem constrói as narrativas por trás das câmeras. Idealizado e dirigido pelos cineastas e roteiristas baianos Marcelo Lima e Taís Amordivino, o longa “Histórias de Roteiristas Negros” é um marco no audiovisual brasileiro, um projeto que mergulha nas trajetórias de 15 autores negros responsáveis por algumas das produções mais impactantes da televisão, do cinema e do streaming.
As filmagens começaram em Salvador (BA) e seguem por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com uma equipe majoritariamente negra. A proposta é clara: reconhecer o protagonismo das pessoas negras que há décadas constroem as histórias contadas nas telas, mas que quase nunca têm seus nomes lembrados.
Entre os entrevistados estão Ceci Alves, roteirista de produções da HBO Max e NBCUniversal; Elísio Lopes Jr., coautor de novelas da Globo e nome confirmado na próxima trama das 18h; Gildon Oliveira, premiado dramaturgo e autor de obras para a Rede Globo; Marton Olympio, criador da série “Anderson Spider Silva” (indicado ao Emmy Internacional 2024); Mariana Jaspe, diretora de “Flordelis: questiona ou adora” (Globoplay); e Renata Andrade e Thaís Pontes, criadoras de “Encantado’s”. Também participam Luh Maza, André Novais, Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus”, e Estevão Ribeiro, roteirista de “Cidade de Deus: A Luta Não Para”.
Inspirado em “O Roteirista”, de Lucas Paraizo, o documentário combina entrevistas e narração para construir um panorama inédito da presença negra na criação audiovisual. Mais do que uma produção, o longa é um gesto político e afetivo: um tributo a quem escreve histórias e reescreve o próprio país.
“Queremos registrar os nomes, os rostos e as vozes por trás das obras que moldaram a nossa memória coletiva”, resume Marcelo Lima, doutor em Comunicação e premiado roteirista de HQs, séries e podcasts.

“Esse filme nasce de um lugar de afeto e justiça. É sobre olhar para o que já existe e dizer: essas mentes negras também são o cinema brasileiro”, completa Taís Amordivino, diretora de Motriz e Davi – Um Cara Comum da Bahia.
Com estreia prevista para 2026, “Histórias de Roteiristas Negros” é uma produção da Mago Negro Dramaturgia, com co-produção da Griot Filmes e associação da Amordivino Filmes. O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gus