6 de dezembro de 2025

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Jimmy Cliff, lenda do reggae mundial, morre aos 81 anos

Ícone jamaicano transformou o reggae em linguagem universal e marcou a história da música e do cinema

Redação Africanize | 24/11/2025
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Reprodução: @jimmycliff | Erik Kabik

Jimmy Cliff, um dos nomes que ajudaram a levar o reggae do Caribe para o resto do mundo, morreu aos 81 anos, deixando um legado que atravessa gerações. A informação foi confirmada por sua esposa, Latifa Chambers, que relatou que o artista sofreu uma convulsão seguida de pneumonia. A notícia encerra a trajetória física de um dos maiores embaixadores culturais da Jamaica, mas sua obra continua a ecoar por todo o planeta.

Nascido James Chambers em 1944, na paróquia de St. James, Cliff foi um dos poucos artistas jamaicanos a conquistar reconhecimento global ainda nos anos 60, quando transitava entre o ska e o rocksteady antes de encontrar no reggae o caminho que mudaria sua vida e o alcance da música jamaicana. Canções como “You Can Get It If You Really Want”, “Wonderful World, Beautiful People” e sua versão de “I Can See Clearly Now” se tornaram hinos de esperança, resistência e positividade, marcando não só sua carreira, mas também a sonoridade de toda uma geração.

Jimmy Cliff também entrou para a história do cinema ao protagonizar The Harder They Come’, filme de 1972 que se tornou uma obra central na consolidação do reggae fora da Jamaica. O longa ajudou a apresentar para o mundo a realidade social do país e amplificou o impacto da música jamaicana em circuitos que, até então, desconheciam a força cultural do Caribe. Seu papel no filme é lembrado até hoje como um dos momentos mais emblemáticos da cultura jamaicana no audiovisual.

Reconhecido em seu país como patrimônio vivo, Cliff recebeu a Ordem do Mérito da Jamaica, uma das honrarias mais altas concedidas a artistas que influenciam a identidade nacional. Sua presença, sua voz e sua escrita moldaram a paisagem musical de dezenas de países e abriram caminhos para nomes que viriam depois, do reggae ao dancehall, do pop ao hip-hop.

A morte de Jimmy Cliff é o fim de uma era, mas não o fim de sua influência. Ele permanece em cada artista que sampleou sua música, em cada banda que encontrou no reggae um lugar de expressão e em cada pessoa que encontrou cura, alegria ou força em seu repertório. Seu legado é infinito, porque está vivo nas histórias, nas pistas de dança, nos palcos e nos corações atravessados pela sua arte.

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Redação Africanize