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Cientistas exigem retorno de fóssil raro de dinossauro brasileiro levado ilegalmente para a Alemanha
Peça em questão é crucial para estudos sobre espinossaurídeos, grupo que inclui o Spinosaurus

A luta pela repatriação de fósseis brasileiros ganhou um novo capítulo com a campanha que exige a devolução do “Irritator challengeri”, um dos dinossauros mais importantes já descobertos no Brasil. O fóssil, retirado ilegalmente da Chapada do Araripe nos anos 1990, está atualmente no Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
Cientistas brasileiros, apoiados por instituições acadêmicas e grupos especializados, lançaram a iniciativa #IrritatorBelongstoBR, pressionando o governo alemão a reconhecer que a posse do fóssil é ilegal e que ele deve ser devolvido ao país de origem. A peça em questão é crucial para estudos sobre espinossaurídeos, grupo que inclui o Spinosaurus, e seu retorno seria um grande avanço para a paleontologia brasileira.

Desde 1942, a legislação nacional determina que fósseis encontrados em território brasileiro são patrimônio da União e não podem ser exportados ou comercializados sem autorização oficial. No entanto, assim como ocorreu com outros fósseis ao longo dos anos, o Irritator challengeri foi levado para fora do país sem seguir os protocolos legais.
A campanha já reúne milhares de assinaturas em um abaixo-assinado digital e conta com o apoio de cientistas que participaram do processo de repatriação do Ubirajara jubatus, dinossauro devolvido pela Alemanha ao Brasil em 2023. O caso reacende o debate sobre o tráfico internacional de fósseis e a necessidade de medidas mais rígidas para proteger o patrimônio científico nacional.
Até o momento, o governo alemão não se pronunciou oficialmente sobre a possível devolução do fóssil. A comunidade científica segue mobilizada, na expectativa de que o Brasil possa recuperar mais uma peça essencial para sua história natural.