África
Cabo Verde inaugura parque tecnológico e quer se tornar o hub digital da África Ocidental
Com incentivo fiscal e foco em inovação, TechPark CV conecta África, Europa e Américas por meio de tecnologia e juventude local

Cabo Verde acaba de dar um passo estratégico na corrida pela inovação tecnológica no continente africano. O país lançou oficialmente o Tech Park Cabo Verde (TechPark CV), um complexo digital ambicioso que já é considerado peça-chave para transformar o arquipélago num dos principais centros tecnológicos da África Ocidental.
Projetado para abrigar empresas de tecnologia de ponta, o parque está presente em dois polos físicos: um na capital Praia, na Ilha de Santiago, e outro em Mindelo, na Ilha de São Vicente. Mais do que infraestrutura moderna, o projeto se propõe a criar um ecossistema robusto para acelerar o desenvolvimento de inteligência artificial, blockchain, fintechs, big data e Internet das Coisas (IoT).
Juventude no centro
Desde 2023, quando começou a operar, o TechPark já emprega mais de 300 jovens profissionais e abriga 23 empresas de sete países diferentes. O objetivo é claro: criar oportunidades para a juventude cabo-verdiana e formar um elo entre tecnologia, educação e trabalho digno.
Com capacidade para receber até 1.500 profissionais, o complexo também conta com centro de incubação, área de eventos cívicos, centro de qualificação e centro de dados — além de isenções fiscais para empresas, como imposto corporativo reduzido a 2,5%, o que o torna um dos ambientes mais atrativos do continente para o investimento em tecnologia.

Uma ponte entre continentes
Posicionado como uma Zona Econômica Especial para Tecnologias (ZEET), o TechPark CV é parte de uma visão de futuro onde Cabo Verde se assume como ponte entre África, Europa e Américas, aproveitando sua localização estratégica no Atlântico.
Com investimento de 51,85 milhões de euros e financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento, o parque reflete a aposta do governo cabo-verdiano em construir um país movido pela criatividade, inovação e protagonismo jovem. Para além da tecnologia, o projeto é um símbolo de soberania digital africana.
“Estamos construindo as Ilhas Tecnológicas da África Ocidental”, declarou o governo local durante a inauguração.