Representatividade
Spike Lee desembarca no Brasil para agenda cultural no Rio e homenagem na Alerj
Cineasta será homenageado com o título de cidadão do Estado do Rio e participa de debate na Pequena África
O lendário cineasta Spike Lee chega ao Brasil em outubro para uma série de compromissos que celebram sua trajetória, seu olhar político sobre o cinema e sua conexão histórica com o país. O diretor, conhecido por obras como Do the Right Thing e Malcolm X, participa de uma programação especial no Festival do Rio e será homenageado com o título de cidadão honorário do Estado do Rio de Janeiro, concedido pela Assembleia Legislativa (Alerj).
A visita começa no dia 19 de outubro, com uma sessão especial de seu novo filme, Luta de Classes, no Cinesystem Botafogo, às 17h. No dia seguinte, Spike Lee participa de uma roda de conversa no Casa Savana, espaço localizado na região portuária conhecida como Pequena África, território símbolo da memória e resistência negra na capital fluminense.
A escolha do local é simbólica. A Pequena África é o coração da história afro-brasileira, onde o passado e o presente se encontram em manifestações culturais, religiosas e políticas. A presença de Spike Lee nesse território reforça o diálogo entre o cinema e as lutas sociais que atravessam o Brasil e os Estados Unidos, dois países que compartilham feridas e resistências semelhantes quando o assunto é raça e desigualdade.
O título concedido pela Alerj reconhece não apenas o impacto de sua obra, mas também o vínculo afetivo que o cineasta mantém com o país. Desde os anos 1990, Spike Lee demonstra interesse pelo Brasil. Ele esteve no Rio em 1995 para dirigir o videoclipe They Don’t Care About Us, de Michael Jackson, gravado no Morro Santa Marta, e retornou em 2014 para o documentário Go Brazil Go!, em que entrevistou nomes como Gilberto Gil, Chico Buarque e Lula, explorando as relações raciais e políticas brasileiras.
Em entrevista recente, o cineasta declarou: “Eu amo o Brasil, me sinto honrado. Estarei no avião até o fim do ano.” A frase reflete a gratidão de quem reconhece o poder do intercâmbio cultural e o papel do cinema como ferramenta de transformação.
