7 de maio de 2025

Esportes

Roger Machado é o único ténico negro entre os 20 clubes do Brasileirão Série A: “A minha cor me denuncia”

Roger Duarte é técnico do Sport Club Internacional, clube em 1º lugar no Brasileirão atualmente

• 07/04/2025
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Foto: R Duarte/@r_duarte75

Dos 20 times da série A, que participam do Campeonato Brasileiro, apenas um único treinador em comando é negro. Se trata de Roger Machado, técnico do Sport Club Internacional, clube que atualmente se destaca em 1º lugar no campeonato. E graças, também, a liderança dele.

Em entrevista ao Globo Esporte em novembro, o técnico refletiu sobre a falta de espaço para técnicos negros no futebol: “Para mim, o futebol amplifica, cristaliza e aponta o que somos como sociedade”, afirmou Roger. O treinador destacou que, embora perceba avanços no debate sobre o racismo, as mudanças ainda são tímidas diante da estrutura social brasileira.

Foto: R Duarte/@r_duarte75

Ele comparou o futebol a uma pirâmide, em que a base é o campo e, não importa a cor da pele, a origem social é, majoritariamente, a mesma. “Sejamos pretos ou brancos, quem olha de cima da pirâmide enxerga todos pretos. Ou somos pretos pela cor da pele, ou pela mesma origem social, em sua maioria esmagadora”, disse.

Na mesma entrevista, Roger também chamou atenção para o que ocorre com os jogadores após o fim da carreira dentro das quatro linhas. Segundo ele, é nesse momento que o racismo se manifesta com maior clareza, principalmente nas dificuldades enfrentadas por profissionais negros para ocupar posições de comando, como técnicos e dirigentes de grandes clubes.

“O racismo para mim se cristaliza quando o campo acaba e a gente consegue perceber indivíduos de diferentes cores ascenderem socialmente em diferentes velocidades. É quando os filtros começam. O ex-atleta branco consegue se esconder. Eu não consigo. A minha cor me denuncia”, refletiu o treinador.

Foto: R Duarte/@r_duarte75

👉🏽 Roger também já foi auxiliar técnico no Grêmio e comandou Juventude (com duas passagens), Novo Hamburgo, Grêmio (duas passagens), Atlético-MG, Palmeiras, Bahia e Fluminense. Um fato é: precisamos olhar para a diversidade no esporte para além de quem está em campo, mas também quem atua por trás.

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