Saúde
Mulheres se tornam maioria entre médicos no Brasil, mas pessoas negras seguem atrás
Estudo aponta avanço feminino na medicina, mas escancara desigualdades regionais e raciais

Pela primeira vez na história, as mulheres se tornaram maioria entre os médicos em atividade no Brasil. Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), elas representam 50,9% da força médica do país neste ano.
O dado marca uma conquista simbólica em um campo historicamente dominado por homens. No entanto, o levantamento também expõe desafios persistentes: a baixa presença de médicos negros na profissão.
Apenas 24% dos médicos se autodeclaram pretos ou pardos, de acordo com o Censo Demográfico 2022 do Conselho Federal de Medicina. Já os brancos representam 66%. O Brasil deve encerrar 2025 com cerca de 635 mil médicos em atividade — uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes.

Embora superior à proporção registrada em países como Estados Unidos e Coreia do Sul, o índice brasileiro segue abaixo da média da OCDE, que é de 3,7 por mil.
Norte segue em desvantagem
A região Norte apresenta os piores indicadores de presença médica, especialmente fora das capitais. Em cidades do interior, a média é de apenas 0,75 médicos por mil habitantes. Estados como Roraima (0,13) e Amazonas (0,20) enfrentam uma situação crítica de escassez.
No extremo oposto, o Distrito Federal registra a maior densidade médica do país: 11,83 por mil habitantes. A diferença entre os extremos revela um país fragmentado no acesso à saúde pública e privada.
Média de médicos por mil habitantes fora das capitais, por região:
- Sudeste: 2,64
- Sul: 2,35
- Centro-Oeste: 1,58
- Nordeste: 0,95
- Norte: 0,75
